segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Floresta Ipanema: Uma viagem pela história do Brasil


Localizada a sudoeste do Estado de São Paulo – entre os municípios de Iperó, Araçoiaba da Serra e Capela do Alto, próxima à cidade de Sorocaba –, encontra-se a Floresta Nacional de Ipanema, um território rico em biodiversidade e história, tido como o maior ecossistema de Mata Atlântica existente no país. A antiga Fazenda Ipanema teve seu nome adotado graças a Real Fabrica de Ferro de São João de Ipanema, pioneiro na siderurgia no Brasil e da América Latina, criada em 1810, ás margens do Rio Ipanema. O local é administrado atualmente pelo Instituto Chico Mendes de conservação da biodiversidade (ICMBio).

Em sua maior parte composta por edificações, possui tratamento diferenciado, pois toda a área da Fábrica de Ferro de Ipanema foi tombada pelo IPHAN. O patrimônio é composto pela vila São João de Ipanema, Represa Hedberg e outros monumentos históricos. A Unidade possui três sítios arqueológicos já cadastrados no IPHAN, porém, ainda não foi realizado um mapeamento arqueológico da área, para que identifiquem os locais a serem futuramente cadastrados.

A grande história desse lugar começou já em 1589, quando Afonso Sardinha, pai e filho, percorram a área em busca de pedras preciosas e ouro, encontrando apenas jazidas magnéticas e oxido de ferro no vale do Rio das Furnas. Por conta disso, foram instalados dois fornos (ainda presentes no local e encontram-se sob a guarda do ICMBio) para exploração das jazidas. Algumas ruínas desses fornos se encontram em meio às matas, e para chegar até eles é preciso percorrer trilhas. Além dos fornos, como herança de sua história, o local possui diversos monumentos históricos, todos com livre acesso a quem se interesse em visitar a antiga fábrica.

Em ótimo estado de conservação, encontramos a Ruína da Fábrica de Hedberg, Casa da Guarda, Casa das Armas Brancas, Serraria, Represa Hedberg, Depósito de Arreios, Sede da Administração da Real Fábrica de Ferro, Terceira Oficina de Refino, Estação Ferroviária Varnhagen, o portão homenageando a maioridade de D. Pedro ll Relógio de Sol e o Primeiro Cemitério Protestante do Brasil. A Represa Hedberg, construída por Carl Gustav Hedberg, foi a primeira no Brasil construída com a finalidade de aproveitamento de energia elétrica e, através de uma roda d’água, as águas do Rio Ipanema eram levadas aos fornos e oficinas que impulsionavam o maquinário da Fábrica.

Em 1841 foi construída uma porta para mostrar a Dom Pedro II durante sua visita ao Brasil, mas devido a Revolta dos Liberais isso não foi possível. Somente em 1846, Dom Pedro pode pela primeira vez visitar Ipanema, e pode apreciar a porta que foi construída em comemoração a sua maioridade. A porta em questão está presente até hoje e pode ser visitada pelos turistas. Nela pode-se ler:


RESTAURAÇÃO da FABRICA de FERRO de S JOÃO de YPANEMA
Regencia do IMPERIO
EX FRAN de LIMA e SILVA, EX JOZE da COSTA CARVALHO e EX JOÃO BRAULIO MUNIZ no ANNO 1834.
D. PEDRO II IMPERADOR
CONSTITUICIONAL e PERPETUO DEFENÇOR do BRAZIL.
ACLAMAÇÃO da Maioridade de S.M. O IMPERADOR 23 de Julho de 1840.
COROAÇAO do Mesmo Augusto Senhor 18 de Julho de 1841.
Sendo Ministro e Secretario d’Estado dos Negocios da Guerra o EX Snr BRIGADEIRO ANTERO JOZE FERR de BRITO.
Presidente da Provincia EX RAFAEL TOBIAS AGUIAR.

O casarão que abrigou Dom Pedro II, possui características de estilo colonial, com influências europeias, era ao mesmo tempo opulenta e despojada, edificado com pedras e argamassa. Construído as presas para hospedar o jovem Imperador, o casarão ganhou toques de luxo com uma escadaria de peroba e requinte no forro e na mobília. As paredes internas são de pau-a-pique.

Todas as edificações da Fazenda Ipanema possuem essas mesmas características e muitas delas se encontram em processo de restauro. O que se pode ver é um pedaço muito importante da história do Brasil sendo conservado através do tempo, com uma arquitetura rica e deslumbrante.



 Curiosidades sobre a Fazenda Ipanema
 Mais fotos do local

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

SIGAM-ME OS BONS!


Ao visitar a Fazenda Nacional de Ipanema, localizada aproximadamente  a 125km da capital, na cidade de Iperó, um dos vários atrativos que não se pode perder são as trilhas que se estendem por vários quilômetros do  complexo da fazenda.

As trilhas oferecem aos visitantes um contato maior com a natureza, considerada um atrativo ecológico, deixa os visitantes em contato com o verde. As trilhas entram mata atlântica á dentro, numa área de reserva de cinco mil hectares, que hoje é administrada pelo instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade.

A trilha principal, de 5,7km, consiste em três paradas, onde os visitantes conseguem ter vistas privilegiadas da fazenda, do ecossistema durante o percurso e de monumentos construídos em homenagem á pessoas importantes e que marcaram a história da fazenda. O tempo de duração do percurso inteiro é de duas á três horas de caminhada, que se estende por todo o território da Fazenda.

Logo no inicio da trilha, as árvores já vão ficando mais altas e a vegetação rasteira fica para trás. Os guias atentam os visitantes para tomar cuidado com bichos como cobras, aranhas e abelhas que vivem no percurso.

A Primeira parada é na Gruta do Monge.  Lá, moradores costumavam fazer procissões. O Monge de Ipanema virou um personagem essencial para se contar a história da Fábrica. Além de ser um dos pontos mais místicos da trilha, a sua história é cheia de lendas.

Giovani Maria D’Agostini era o nome do monge católico. Algumas histórias dizem que foi expulso pelos protestantes que habitavam a fazenda e que ele teria rogado uma praga á fazenda, Já outra história curiosa, é que no alto da trilha, uma criança caiu do penhasco e a mãe em desespero, quis se jogar também, mas o monge não deixou e quando desceram até a gruta, a menina estava brincando sem nenhum arranhão. O monge morreu e nunca foi encontrado seu corpo.

A gruta, como o nome já diz, possui uma nascente de água potável, onde antes de continuar a trilha, os visitantes podem beber um pouco da água para ter um fôlego maior para continuar o caminho.

Após a Gruta do Monge, depois de longos passos acompanhados pelas explicações do guia, a próxima parada é no Cruzeiro da Pedra Santa, onde há um monumento em forma de cruz e uma vista privilegiada. Alguns visitantes aproveitam para descansar, tirar fotos e ouvir as explicações do guia de turismo que trabalha na fazenda apresentando os monumentos.

O mirante da Chilena está num ponto mais alto do percurso. Não há nenhum monumento construído no local, mas a parada vale só pela vista que conseguimos ter da cidade de Sorocaba ao fundo. Mesmo distante, conseguimos ver as milhares de casas e os prédios mais altos da cidade.

O ponto final da trilha, que por sinal não retorna pelo mesmo caminho, é o Monumento á Varnhagen, homenagem á Francisco Adolfo de Varnhagen, que foi um militar, diplomata e historiador  brasileiro. Francisco nasceu na Fazenda Ipanema, pois seu pai que era engenheiro, foi contratado pela Coroa Portuguesa para construir os fornos da fábrica. Mesmo estando escrito no monumento “Estão aqui depositados os restos mortais de Francisco Adolfo de Varnhagen, Visconde de Porto Seguro. Paulista de Sorocaba, o Pai da História do Brasil *17-2-1816 † 29-6-1878", após sua morte, em 1878, seus restos mortais foram retirados do local dito. No ano de 1884, a Família Real, acompanhada de Dom Pedro II, visitou o monumento e a Fazenda.

Ao retornar da trilha, no meio da mata, os visitantes podem desfrutar de um banho de uma queda d’água que corta o caminho da trilha. A água limpa torna-se um chamarisco para os visitantes que estão cansados por conta da trilha. E é assim que termina.

AS LENDAS POR TRÁS DA HISTÓRIA

Vozes! Gritos! Choros! Barulhos noturnos! É de arrepiar... Quem nunca ouviu histórias e lendas sobrenaturais? Para os curiosos de plantão, lá vai mais algumas lendas que aconteceram na Floresta Nacional de Ipanema, em Iperó.

OVNI’s 

Dizem as línguas que o local é propício para aparecimentos de Objetos Voadores Não Identificados (OVNI’s) dentro do limite local da Flona. Luzes já foram vistas por pessoas próximas ao local e até vigílias noturnas já foram realizadas. As fotos e filmagens são provas do aparecimento de naves e luzes do fenômeno, mas até hoje ninguém sabe dizer o porquê do surgimento dessas luzes sempre em locais específicos da Floresta de Ipanema.

Em julho de 2001, alguns funcionários viram um OVNI sobrevoando o Morro Araçoyaba enquanto trabalhavam na torre de observação da floresta. Segundo relatos , o objeto fazia “loopings”, as luzes eram estranhas e se movimentavam de um lado para outro.

Em junho de 2001, outra aparição foi relatada até mesmo pelo jornal Cruzeiro do Sul, o qual divulgou imagens fotografadas por um funcionário que trabalhava na mesma noite do acontecimento. Uma fotógrafa registrou a luz parada e outros registraram o movimento  “looping” e por isso há um rastro de luz na imagem fotografada. As pessoas ali presentes afirmam que o objeto saiu do meio de uma fenda geológica que o morro possui e a localização é bem onde passa o Trópico de Capricórnio.

Outra história ali contada é sobre os círculos que se formaram no mato localizado no topo do morro próximo a Jazida Ipanema e deixou marcas de mato queimado; por um tempo, nada nasceu nesse local.
Funcionários e moradores do local relatam que é possível o aparecimento desses objetos e que pode ser ou situações sobrenaturais ou relacionados à espiritualidade e parapsicologia.
“Os rituais indígenas sempre estiveram apoiados nos chamados espíritos da natureza, e o morro de Ipanema, recheado de minérios enigmáticos, possui energia suficiente para provocar isso que os funcionários da Flona juraram estar vendo”, diz um morador antigo do local.

É um mistério que até hoje não se sabe o real motivo e não se chega a conclusão nenhuma. Apenas observa-se!
A lenda da loira do alojamento

Em 2007, dois médicos se hospedaram no alojamento do local para aproveitar o final de semana, para conhecer melhor os pontos turísticos da Floresta Nacional de Ipanema.Há mais ou menos 14 anos atrás, um assassinato foi cometido nas dependências da Flona em que uma moça foi morta à enxadadas.

No dia seguinte, logo pela manhã, foram encerrar suas contas no Centro de Visitante local para irem embora. O funcionário do local questionou o porquê iriam embora antes do final da estadia e eles explicaram o motivo: na noite anterior, estavam conversando próximo ao local do alojamento à noite, avistaram uma moça vestida de branco com a cabeça e o corpo cheio de cortes, a qual gemia muito e com um olhar como se estivesse pedindo socorro. Logo após se afastou e desapareceu.

Os visitantes relataram que nunca sentiram tanto medo em suas vidas e por isso estavam indo embora.

Barulhos e visões assustadoras

Certa noite, um segurança ao fazer sua ronda noturna na Floresta Nacional de Ipanema, ouviu um barulho vindo próximo da antiga Casa das Armas Brancas. Ao adentrar o local utilizando sua lanterna e arma, observou um menino negro num canto, encolhido e chorando; perto do menino, estava uma mulher negra, vestida com roupas antigas (provavelmente era uma escrava) e movia-se em direção ao menino como se estivesse “flutuando”. Depois de um momento, as duas pessoas desapareceram diante do segurança assustado. No dia seguinte, ele pediu demissão.

Vultos e ventos

Ainda na Casa das Armas Brancas, já foram relatadas histórias de vultos que passaram rapidamente próximos das pessoas que visitaram o local. Pessoas sensitivas podem até sentir sua presença.

Casa sede

Na casa sede, local onde se instalava o Engenheiro Francisco Adolfo de Varnhagen (conhecido como Visconde de Porto Seguro), na época em que a Fábrica de Ferro ainda estava em funcionamento, muitos turistas dizem ter vistos vultos caminhando entre os cômodos da casa e desaparecendo após alguns instantes. Já ocorreu situações em que pessoas sensitivas desmaiaram na casa após uma forte sensação de presença sobrenatural no local.


Não tem como dizer o que acontece na Floresta Nacional de Ipanema.  Naves que sobrevoam o morro, além das historias sobrenaturais são devidos a fatos ocorridos no passado e que até hoje se fazem presentes.


Cemitério Protestante



Há também na fazenda, um cemitério. A história conta que no inicio do funcionamento da Fabrica de Ferro, os europeus, em sua maioria suecos e alemães (todos protestantes), vieram da Europa para trabalhar no local. Segundo a história, um dos funcionários estava depressivo por sentir saudades de sua terra natal e acabou se suicidando. Na época, os católicos não autorizaram o enterro do funcionário protestante em seus cemitérios, e por isso, foi pedida uma autorização a Dom João VI para a construção de um cemitério onde as pessoas protestantes pudessem ser enterradas.

Com essa permissão, em 28 de agosto de 1811, foi construída em Ipanema o primeiro Cemitério Protestante do Brasil, também voltado para não católicos em geral. Hoje , no local, restam apenas o pórtico e algumas lápides e não é de se negar que se transformou em um lugar assustador

O fato é que muitas lendas passaram-se e ainda se passam na Flona. O que acontece com o local? Será que há segredos a serem desvendados ainda? Ou apenas são seres que querem manter o contato? Vamos aguardar, ainda há muitas histórias por vir!



Mais links: Especialistas analisam vídeo com fantasmas no cemitério da Fazenda